Categoria: Artigos
Data: 18/10/2025

Salmo 77.11-14

Ao meditarmos no Salmo 77, especificamente nos versículos 11 a 14, nos transporta de um estado de angústia e dúvida para uma renovada certeza: "Deus faz maravilhas". O salmista, em meio à sua aflição, encontra o ponto de virada na decisão consciente de relembrar. A lembrança não é um exercício nostálgico vazio, mas um ato de fé poderoso, focando nas obras do Senhor e nas Suas "maravilhas da antiguidade". Esse registro histórico das ações divinas serve como um farol na escuridão, provando que o poder e a fidelidade de Deus não são conceitos abstratos, mas sim fatos concretos e verificáveis.

O cerne dessa redescoberta reside na meditação e na proclamação. O salmista promete: "Meditará também em todas as tuas obras e falarei dos teus feitos" (v. 12). A reflexão profunda sobre a magnitude dos atos de Deus leva inevitavelmente à fala e ao testemunho. É impossível guardar para si a grandeza de um Deus que age de forma tão extraordinária. Essa meditação transforma a perspectiva, tirando o foco das preocupações imediatas e direcionando-o para a eternidade e a soberania divina, reafirmando que a natureza de Deus é a de um ser que atua na história, intervindo com poder e graça.

Essa jornada reflexiva culmina no reconhecimento da santidade e singularidade de Deus. O salmista questiona: "O teu caminho, ó Deus, está no santuário. Que deus é tão grande como o nosso Deus?" (v. 13). O "santuário" representa o lugar da revelação e da santidade, implicando que os caminhos de Deus são puros, justos e inigualáveis. A pergunta retórica estabelece um contraste absoluto: não há divindade que se compare ao Senhor em poder, glória ou moralidade. A santidade de Seus caminhos é a base da Sua capacidade de operar de maneira sobrenatural, estabelecendo-o como o único digno de confiança plena.

O clímax da passagem é a declaração inequívoca da identidade divina: "Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu fizeste notória a tua força entre os povos" (v. 14). Esta frase encapsula a essência da fé do salmista. O poder de Deus não é oculto ou inerte; Ele é ativo e operante, tornando a Sua força manifesta publicamente, não apenas para um indivíduo, mas "entre os povos". Esta maravilha é a prova visível da Sua deidade. É a manifestação da Sua capacidade de realizar o impossível, de redimir e de transformar situações que para o homem são irresolúveis.

Portanto, Salmo 77:11-14 nos ensina que a fé inabalável diante da adversidade nasce da memória e da meditação. Ao olharmos para trás e recordarmos as "maravilhas da antiguidade" – os milagres, as provisões, e os livramentos de Deus – somos capacitados a ver o presente com a certeza do Seu poder inigualável. O Senhor, cujos caminhos são de santidade, é o Deus que continua a operar prodígios. Essa lembrança é o antídoto para a dúvida e o fundamento para uma vida de louvor e confiança, pois se Ele fez maravilhas no passado, certamente continuará a fazê-las para aqueles que Nele confiam.

Pr. Eli Vieira



Autor: Pr. Eli Vieira   |   Visualizações: 38 pessoas
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