Categoria: Artigos
Data: 10/08/2023
Texto: 2 Reis 4.8-10Robert
Murray M'Cheyne (1813-1843) é amplamente considerado como um dos homens mais
semelhantes a Cristo que já viveu na Escócia. Ele nasceu em Edinburgo e foi
educado na Universidade de Edinburgo, onde ganhou honras em idiomas e prêmios
em poesia, música e desenho. Sua conversão e chamado ao ministério seguiram a
morte de seu piedoso irmão mais novo, David, que tinha orado durante muito
tempo por Robert.

 Ele estudou para o ministério da Igreja da Escócia em
Edinburgo sob os cuidados do famoso teólogo Thomas Chalmers. ¹Durante esse
período do século dezenove, um despertamento evangélico varria a Igreja da
Escócia, finalmente culminando no “Rompimento”, que viu quase metade da
membresia deixar a Igreja Estabelecida para encontrar a mais evangélica Igreja
Livre da Escócia em 1843, o ano da morte de M'Cheyne. 

O ministério de M'Cheyne
foi parte desse movimento eclesiástico nacional. Em 1835 ele foi um ministro
assistente nas paróquias de Larbert e Dunipace, perto de Stirling. Em 1836 ele
foi chamado para a Igreja de São Pedro, em Dundee, que tinha uns quatrocentos
membros. Seu ministério ali foi marcado por profunda santidade pessoal, oração,
compaixão pela salvação dos perdidos, poderosa pregação evangélica e
aconselhamento incansável. Em 1839 ele gastou seis meses na Palestina,
explorando uma possível obra missionária entre os judeus. 

Um reavivamento
irrompeu em sua congregação durante sua ausência. Ao regressar, ele ficou
impressionado com essa obra, a qual em pouco tempo se espalhou por todo o país,
resultando na conversão de milhares. Ele morreu aos 29 anos de idade. Sua
biografia retém sua contínua popularidade (
D. F. Kelly)¹.

O
autor dos livros de reis nos mostra uma visão teológica, para que possamos
viver nestes dias difíceis, com uma fé verdadeira no Deus que controla tanto a
natureza como a história. Os livros nos mostram que esse é o Deus bom e
Todo-Poderoso, que mesmo diante dos dramas da vida o seu povo não pode perder a
esperança, pois ele continua disposto a perdoar os que se arrependem (1 Reis
8.22ss).

Na
Bíblia cristã os dois volumes do livro de Reis fazem parte da seção de livros
históricos (Josué a Ester), mas na Tanakh (Bíblia judaica), ele integra a seção
dos livros proféticos (Navi), divididos em duas partes: profetas anteriores
(Josué, Juízes, Samuel e Reis), e os profetas posteriores (Isaías, Jeremias,
Ezequiel e o rolo dos 12 profetas), os quais chamamos de profetas maiores e
menores.

O
livro dos Reis nos apresenta uma visão profética da história de Israel.
Profética porque é uma mensagem de advertência e um chamado à fidelidade do
povo de Deus presente em todos os relatos históricos do livro. Reis são
proféticos, porque registra não só as palavras, mas também os atos (sinais) de dois
grandes profetas pré-literários do Antigo Testamento (Elias e Eliseu), são eles
assim chamados porque não escreveram suas palavras em livros, como os profetas
literários, tais como Isaías e Jeremias.

Diferente
dos demais profetas que pregaram sobre Samaria e Jerusalém as advertências de
juízo, no livro de Reis a mensagem profética vem não somente através da
pregação, mas de forma maravilhosa através de sinais impactantes. Por exemplo
como na narrativa do embate entre Elias e os profetas de Baal no monte Carmelo.

Reis
nos ensina sobre: 1-O Senhor é o único Deus verdadeiro; 2- O Senhor controla a
história; 3-O Senhor exige adoração exclusiva; 4- As consequências da falsa
adoração; 5- A fidelidade de Deus as suas promessas; 6- A fidelidade de Deus.
Deus abençoa a fidelidade do seu povo fazendo cumprir as suas promessas sobre
ele, mas também pune a infidelidade, como se vê no desfecho do livro.

A
mensagem de Reis hoje nos desafia a viver em obediência a Deus a que nos
libertou e chamou, caminhando em meio a um mundo corrompido pelo pecado. Servir
a Deus e confiar plenamente nEle para nos socorrer, não em alianças profanas,
como fizeram os reis de Israel e Judá que em sua maioria falharam em seguir os
passos de Davi, a partir já Salomão e com raras exceções, como Ezequias e
Josias. Confiar em Deus envolve renúncia, requer esforço, tempo, investimento
diário no relacionamento com Ele. Aprender a confiar em Jesus como o grande Rei
é deixar que os seus valores moldem todas as áreas das nossas vidas.
Os
reis de Israel foram infiéis a Deus, eles não obedeceram a Palavra de Deus, se
deixaram levar pela idolatria, mas mesmo em meio a desobediência de seu povo,
Deus levantou homens que creram no Senhor. Foram a boca de Deus, conclamando o
povo a servir a Deus, tais como Elias e Eliseu. Eliseu foi um profeta no reino
do Norte. Seu nome significa “DEUS É SALVAÇÔ. Seu ministério no reino do Norte
se desenvolveu no período de seis reis ( Acabe, Acazias, Jorão, Jeú, Jeoacaz e
Jeoás).

Com base neste panorama de Reis e a partir deste enfoque profético do livro que
aqui destacamos, convido você para aprendermos algumas lições com Eliseu, um
santo homem de Deus. Por quê podemos dizer que Eliseu foi um santo homem de
Deus?

1-PORQUE ELE ABANDONOU A VELHA
VIDA AO SER CHAMADO POR DEUS (1 Reis 19.19-21)
O profeta Elias depois que saiu do Monte Horebe, usado por Deus voltou para
continuar  seu ministério em obediência ao Senhor chamou Eliseu para ser
seu sucessor como Deus ordenara 1 Reis 19.16. Eliseu chamado quando estava
arando  o campo, a partir desse momento toda a sua vida  se voltou
para Elias e Deus. Com humildade e renuncia serviu  a Deus.
O homem de Deus abandona definitivamente a velha vida quando é chamado- O
texto de 1 Reis 19.19-21, em especial o versículo 21, nos dá alguma indicação
de Eliseu, ele  era possivelmente de uma família rica. Assim que o profeta
Elias lança sobre ele a sua capa, um ato simbólico que queria dizer que aquele
rapaz seria o sucessor do profeta, Eliseu pede imediatamente para se despedir
dos seus pais. Agora, pensemos juntos. Se as 12 juntas de bois não pertenciam a
família de Eliseu ele não poderia queimar os instrumentos de madeira e muito
menos matar os bois. Ainda mais para oferecer um churrasco de despedida. Aliás,
aqueles que são chamados de “povo” no texto poderiam muito bem ser servos,
empregados da família de Eliseu que estavam no campo e em sua casa. A
preocupação em se despedir dos pais indica também que Eliseu amava a sua
família.

Ao ser
chamado pelo profeta Elias, Eliseu abriu mão de muita coisa para servir a Deus:
profissão, bens, o aconchego do lar e a própria família. O texto não deixa
dúvida que nenhuma destas coisas fez Eliseu hesitar. Tocar fogo em suas
ferramentas de trabalho foi a prova inequívoca disso.
Eliseu
se tornou um homem de Deus cheio de poder para testemunhar porque abandonou de
forma definitiva a velha vida. Nada de voltar as velhas práticas, nada de
saudades do Egito, mas, viver em novidade de vida. Assim devemos fazer também,
deixando as coisas que ficaram para traz, devemos seguir para o alvo da suprema
vocação em Cristo, como escreveu-nos Paulo (Fp. 3.13-14).

Ilustração:
A Vida do missionário Ashbel Green Simonton
 –
ele foi um jovem chamado  por Deus para plantar a igreja Presbiteriana do
Brasil. Ele era o filho caçula de uma família temente a Deus. Seu pai era um
presbítero, médico e político, sendo eleito duas vezes deputado para o
 dos Estados Unidos. Simonton foi consagrado ao ministério da Palavra no
batismo. Ao crescer foi impactado por Deus no despertamento espiritual que
aconteceu no ano 1855. No dia 14 de outubro de 1855 ao ouvir um sermão do Dr.
Charles Hodge sobre a tarefa da igreja sentiu-se chamado para missões. Fez o
curso de teologia no seminário de Princeton, em New Jersey. Depois que concluiu
o seu curso  veio para o Brasil. Quando foi questionado sobre a sua vinda
para o Brasil por ser um país pobre e assolado por várias doenças ele
respondeu: “A ÚNICA SEGURANÇA ESTÁ NA SUBMISSÃO À VONTADE E AOS PROPÓSITOS
DIVINOS. SOB A DIREÇÃO DE DEUS, O LUGAR DE PERIGO É O LUGAR DE SEGURANÇA E, SEM
SUA PRESENÇA, NEM UM ABRIGO É SEGURO”.

Ele
chegou no Rio de Janeiro no dia 12 de agosto de 1859. Seu ministério durou em
solo brasileiro durou apenas oito anos, mas este jovem marco a história para a
glória de Deus. Ele foi usado por Deus para  plantar a Igreja
Presbiteriana do Rio, organizou um presbitério,  o seminário primitivo,
fundou o Jornal a Imprensa Evangélica  e a primeira Livraria Evangélica do
Brasil.  Hoje a IPB é uma das maiores denominações evangélicas do Brasil.

Irmãos, seguir a Jesus implica
e ruptura. Jesus disse que todo aquele que lançar a mão no arado, não pode
olhar para traz (Lc.9.62). Esta é uma atitude assertiva e fundamental para ser
um homem e uma mulher de Deus!  Não estamos falando aqui que as pessoas
devem abandonar suas famílias para servir a Deus. Mas, que infelizmente algumas
pessoas querem servir a Deus sem deixar as coisas da velha vida. As fraquezas,
as falhas de caráter, os pequenos vícios, os pecados de estimação.

2- PORQUE ELE IMPACTAVA A VIDA
DAS PESSOAS PELO SEU TESTEMUNHO ( 2 Reis 4.8-17)
Quando
olhamos para a vida e o ministério de Eleseu. Um homem de Deus impacta a vida
dos outros, seja pelo testemunho, pelo amor ou pelo serviço em humildade. Podemos
ver o impacto na vida que Eliseu causou na mulher de Suném ao olhar para o
profeta Eliseu ela disse ao seu marido: “Vejo que esse que passa
sempre por nós é santo homem de Deus”( 2 Reis 4.9).

O
testemunho de vida de Eliseu
 – a vida de dele era
diferente, mesmo vivendo em meio onde muitos não conheciam a Deus. As pessoas
ao olharem para ele viam um servo de Deus. A sunamita ( 2 Reis 4. 9, 16), os
discípulos dos profetas ( 2 Reis 4.38-40), a serva da mulher de Naamã ( 2 Reis
5.3,4), o servo do rei dos siros 2 Reis 6.12). O testemunho do profeta
Eliseu era evidente pelo povo de Israel e até por aqueles que não faziam parte
de Israel.

O amor
do Profeta
 – Se olharmos para o ministério de Eliseu,
principalmente os sinais que Deus realizou por intermédio da sua vida, vemos
que as pessoas eram profundamente impactadas e abençoadas pelo seu ministério.
Eliseu se identificava com as pessoas e se compadecia das necessidades do seu
povo. Olhe para alguns de alguns dos seus sinais: a purificação das águas de
Jericó(2 Rs 2.19-22), cura de Naamã (2 Reis 5.1-19), a purificação do ensopado
venenoso (2 reis 4.38-41), a multiplicação do azeite da pobre viúva (2 Reis 4.1-7),
a dádiva da maternidade à mulher rica (2 reis 4.11-17), mais tarde, a
ressurreição do seu filho( Reis 4.18-36). Uma pessoa só é chamada de
homem ou mulher de Deus por que é reconhecida assim pelas pessoas por suas
atitudes.

Ilustração:
A vida do médico e missionário Dr. George William Butler
 –
este missionário americano impactou a vida de muitas pessoas no agreste
meridional de Pernambuco. Ele nasceu em Roswell na Georgia, EUA, em 12 de julho
de 1854, filho de uma família pobre, iniciou os seus estudos com a esposa do
pastor presbiteriano da sua comunidade. Em 1880  graduou-se pela Escola de
Medicina John Hopkins da Universidade de Maryland. Clinicou em Roanoke,
Virginia de 1880 a 1882. Ao ser chamado por Deus para o ministério
apresentou-se  como candidato em 15 de agosto de 1882.

Embarcou
para o Brasil em 31 de janeiro de 1883 e chegou em Recife-PE em 22 de fevereiro
de 1883 o qual foi recebido pelo pastor John Rockwell Smith. Logo aprendeu a
língua e modo de viver do povo nordestino. Depois ele retornou aos EUA por
causa de um problema nos olhos, nessa ocasião ele foi ordenado pelo Presbitério
de Maryland, essa foi uma exceção, visto que ele não tinha curso de seminário
nem passara pelo período regular de licenciatura.
Ao
retorna para o Brasil, foi transferido para São Luís no Maranhão e ali fundou a
igreja presbiteriana. Ficou no Maranhão até  dia 5 de abril de 1892. Por
conta das suas férias foi mais uma vez aos EUA e ao regressar em 29 de abril de
1893 fixou residência em Recife, assumindo o pastorado em Lugar de John
Rockwell Smith que havia seguida para Nova Friburgo com o propósito de lecionar
no Seminário Presbiteriano.

Em
1894 atendendo aos apelos do pastor Henry McCall  o casal Butler foi morar
em Garanhuns-PE, onde a obra do evangelho fora iniciada debaixo de grande
perseguição. No dia 6 de janeiro de 1895 o missionário batizou os primeiros
conversos ( 15 pessoas) entre os quais o futuro pastor Jerônimo Gueiros.
A casa
do Dr. Butler fora muitas vezes apedrejada, sua esposa colocava seus filhos debaixo
da mesa para protege-los das pedras que eram jogadas no telhado de sua casa.
   
Naquela
época houve uma epidemia de febre amarela em Garanhuns-PE, que ceifou a vida de
mais de 800 pessoas. O padre em meio à crise da epidemia saiu de Garanhuns. O servo
de Deus Butler desdobou-se atendo as pessoas doentes. Quando cessou a epidemia
o missionário havia granjeado a estima e respeito de todo o povo e seu trabalho
produziu muitos frutos em Garanhuns e toda a região. Em Garanhuns, Butler
construiu  o templo local, fundou uma escola paroquial (origem do colégio
e da faculdade Presbiteriana 15 de Novembro) e contribuiu para a criação de um
curso teológico que mais tarde viria a ser o Seminário Presbiteriano do Norte
que nasceu em Garanhuns, depois foi transferido para Recife.

No dia
7 de fevereiro de 1898, depois de pregar o evangelho em São Bento do Uma-PE,
ele e seus companheiros estavam saindo da cidade, um homem tentou matá-lo, mas
o punhal atingiu o senhor Manoel Correia Vilela (conhecido como Né Vilela) que
morreu imediatamente. Diante do corpo do seu irmão em Cristo, Né Vilela naquele
momento ele disse: “mata-me também, sacia a tua sede, não sou melhor do que
ele”, mas o homem que matou Né Vilela fugiu. Deus livrou  seu servo mais
uma vez. Butler era admirado como evangelista, pregador e também como um homem
de oração – orava  antes das cirurgias e durante as mesmas. 
O
testemunho e amor desse missionário e médico impactou muitas pessoas em
Garanhuns e região e continua falando ainda hoje
.

Meus
amados, as nossas atitudes falam mais alto do que as nossas palavras. Para que
buscamos poder, unção, capacitação, senão para servir ao nosso próximo? Tudo o
que Deus graciosamente nos dá tem um propósito, e este propósito certamente se
relaciona com nosso semelhante. Está é uma atitude de um homem ou de mulher de
Deus, que demonstra o quanto realmente amamos a Ele (1 Jo.4.20).

3- PORQUE ELE TINHA UMA VIDA
DE INTIMIDADE COM DEUS ( 2 Reis 4.33, 6.17-20)
Quem
crer no Deus que age ora na certeza que ele ouve e responde as nossas orações.
Ao estudar a vida do profeta Eliseu, podemos ver que ele era homem de oração.
Um homem de oração crer no soberano Deus que intervém e dirige a história.
Eliseu ao tomar conhecimento que o filho da mulher sunamita estava morto,
mandou o seu moço ir adiante dele até o corpo do menino e colocar o bastão
sobre o corpo do moço, mas nada aconteceu. Ao chegar no quarto onde menino
estava o profeta orou ao Senhor ( 2 Reis 4.33) e Deus ouviu a oração do seu
servo e restaurou a vida do menino ( 2 Reis 8.5).

Quando
os sírios estavam em guerra contra Israel,  podemos ver a ação e a oração
do profeta Eliseu, primeiro avisando ao rei de Israel sobre a posição dos siros
( 2 Reis 6.8-13), mas também rogando a Deus para abrir os olhos do seu moço
para que ele pudesse ver que o número de soldados que estava em volta deles era
bem maior.
O
servo do homem de Deus levantou-se bem cedo pela manhã e, quando saía, viu que
uma tropa com cavalos e carros de guerra havia cercado a cidade. Então ele
exclamou: “Ah, meu senhor! O que faremos? ” O profeta respondeu: “Não tenha
medo. Aqueles que estão conosco são mais numerosos do que eles”. E Eliseu orou:
“Senhor, abre os olhos dele para que veja”. Então o Senhor abriu os olhos do
rapaz, que olhou e viu as colinas cheias de cavalos e carros de fogo ao redor
de Eliseu. (
2 Reis 6:15-17 )
Os verdadeiros homens e
mulheres de Deus, foram homens de oração. Davi (Sl 40.1ss; Sl 142.1ss),
 Elias (I Rs 18.36-38), Moisés (Nm 14.13ss), e Jesus que ensinou seus
discípulos a orarem (Lc 22.44; Mt 26.41), tiveram suas vidas marcadas pela
oração. Olhe para o profeta Eliseu, o profeta Elias, Daniel, Jeremias. Mulheres
como Ana, Debora, Maria, etc. Foram mulheres de oração e foram usadas por Deus.

Ilustração
 Ao
olharmos para a história da igreja, podemos ver o exemplo da vida de oração de
muitos servos de Deus, tais como: Policarpo, ele foi um homem de
oração. Segundo documentos da igreja, por volta do ano 169 d. C. Policarpo era
bispo de Esmirna. Ele já estava velho ao saber dos horrores que eram praticados
contra os cristãos, a mandato de Roma. Ele foi ameaçado mais não queria
retirar-se da cidade. Convencido por seus irmãos refugiou-se em uma fazenda e
ali orava. Certo dia, se ausentou, os soldados romanos chegaram e levaram preso
dois empregados e, um destes submetido a torturas o denunciou.

E
assim quando estava em sua casa os soldados romanos chegaram para prendê-lo.
Ele preparou comida e bebida e pediu, para surpresa de todos que o deixassem
orar como recompensa. Deram-lhe a permissão e ele orou por duas horas em voz
alta. Isto deixou todos impressionados, pois como poderia um velho, assim
indefeso e tão puro? Terminada a oração, foi levado para Esmirna para ser
sacrificado.

No
caminho tentaram convencê-lo dizendo: ora que mal há em dizer: “Senhor César” e
sacrificar aos deuses como de costume, se assim salvas a tua vida? Ele
respondeu não hei de fazer como me aconselhais. O Levaram para o estádio. Na
presença do procônsul, foi exortado abandonar sua fé em Jesus Cristo, que
jurasse pelo imperador. Ele respondeu: “faz oitenta e seis anos que
sirvo ao Senhor e nenhum mal me fez, como hei de negar ao Senhor que me salvou”.  Em
seu diálogo com o juiz, foi ameaçado primeiro com as feras, e depois ser
queimado vivo, ele respondeu: “o fogo que o juiz poderia acender
demoraria pouco, e se apagaria, mas o castigo do inferno era eterno”. 

Ante a
sua firmeza e fidelidade a Deus, ele foi condenado a fogueira. No meio ao fogo
que começava a devorá-lo, orou agradecendo o privilégio de ser contado entre os
mártires por amor a Cristo e por fidelidade ao seu ao seu Senhor e salvador(J.
Gonzalez).
Os
reformadores protestantes foram homens de oração. Olhe para o reformador
Matinho Lutero, ele era um homem de oração. A respeito da oração ele
disse: “Se eu deixar de gastar duas horas em oração a cada manhã, o
diabo consegue a vitória no decorrer do dia. Tenho tanto trabalho que não posso
realizá-lo sem empregar três horas por dia de oração.”

A
última ORAÇÃO de MARTINHO LUTERO – O grande reformador Martinho Lutero nasceu
em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Alemanha e faleceu em 18 de fevereiro
de 1546, em Eisleben, Alemanha.

Seus
momentos finais foram assim registrados: “Na última quarta-feira, dia 17 de
fevereiro, o Dr. Martinho Lutero sofreu uma crise de sua doença, isto é, de
pressão de humores no orifício ou abertura do estômago. O mal atacou-o após o
jantar. Lutando com veemência, pediu para ser isolado num quarto, onde
descansou sobre seu leito por duas horas. As dores aumentavam sem cessar. O Dr.
Jonas, que repousava no mesmo quarto, viu Lutero acordar e pedir que se
levantasse e chamasse Ambrósio, o mestre de seus filhos, para acender o fogo
num outro quarto. No momento em que ele foi transferido para esse outro quarto,
Alberto, conde de Mansfield, sua mulher e vários outros entraram no aposento.

Finalmente,
sentindo que sua hora fatal se aproximava, antes das nove horas da manhã do dia
18 de fevereiro, ele recomendou-se a Deus com esta devota oração:
‘Meu
Pai celestial, Deus eterno e misericordioso! Tu me revelaste teu querido Filho,
nosso Senhor Jesus Cristo. Eu ensinei sobre ele. Eu o conheci. Eu o amo como a
minha vida, a minha salvação, a minha redenção. Os maus o perseguiram,
caluniaram e afligiram com injúrias. Atrai minha alma para ti’.
Depois
disso, repetiu três vezes o seguinte: ‘Entrego meu espírito em tuas
mãos. Tu me redimiste, ó Deus de verdade!

Em
seguida, citou João 3.16 : Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o
seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a
vida eterna”. para sempre’.

Depois de repetir suas orações
várias vezes, foi chamado a presença de Deus. Desta forma (orando), a sua alma
limpa foi pacificamente separada de seu corpo terrestre .” Fonte: Livro
dos Mártires, p. 193,194.

Não
foi de forma perfunctória, que João Calvino o grande reformador de Genebra
escreveu o maior capítulo das Institutas da Religião Cristã sobre a oração
(Inst. III, XX), Para Calvino a “oração é o principal exercício da
fé mediante o qual recebemos diariamente os benefícios de Deus”.
O
patriarca do Presbiterianismo John Knox, era um homem de oração, ele orava a
plenos pulmões dizendo: “Oh Deus dá-me a Escócia, se não, eu morro”. A
rainha da Escócia temia mais as orações de John Knox do que o próprio exército
inglês.

Os puritanos foram homens
poderosos e fervorosos  diante da presença de Deus em oração.

Na
Escócia viveu o jovem pastor Robert Murray M`Cheyne, conhecido como o último
dos puritanos, segundo os escoceses, este foi o homem que viveu na Escócia que
mais se assemelhou a Jesus Cristo, não obstante ter morrido jovem com apenas 29
anos de idade, o seu ministério durou apenas seis anos, mas foi muito profícuo.

Sua
piedade era visível a todos, no domingo de manhã quando ele se dirigia para
pregar a igreja, muitos ao olharem para ele, antes dele começar a pregar
começavam a chorar. Qual foi o segredo do ministério tão abençoado deste jovem
pastor? Foi sua vida de oração, de intimidade com Deus.

O
grande pregador ao ar livre George Whitefield(1714-1770). Ardia nele um
zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Durante um
período de vinte e oito dias fez a incrí­vel façanha de pregar a 10 mil pessoas
diariamente. Sua voz se ouvia perfeitamente a mais de um quilômetro de
distância, apesar de fraco de físico e de sofrer dos pulmões. Não havia prédio
no qual coubessem os auditórios e, nos países onde pregou, armava seu púlpito
nos campos, fora das cidades. Whitefield merece o título de príncipe
dos pregadores ao ar livre, porque pregava em média dez vezes por
semana, e isso fez durante um período de trinta e qua­tro anos, em grande parte
sob o teto construído por Deus – os céus. Este homem lutava com Deus em
oração dizendo: “Se não queres dá-me almas, retira a minha!”.

Portanto,
meus irmãos, orar é um privilégio, bem como uma grande responsabilidade que o
Senhor deixou em nossas mãos
Nos
dias atuais, muitos cristãos, não estão buscando a face do Senhor. A nossa
maior necessidade hoje é vivermos na presença de Deus. Se queremos ser
diferentes e testemunhas de Cristo nesta atualidade, precisamos buscar a face
de Deus em oração, depender e viver na presença do Senhor, que  ouve e
responde as nossas orações.

Conclusão: 

Meus amados irmãos, que
possamos receber a mensagem da vida e do ministério do profeta Eliseu, para nos
instruir e nos ensinar como é ser um verdadeiro homem ou mulher de Deus. Que
possamos apreender e servir Deus, ou seja, deixar de forma definitiva a velha
vida, e servir a Deus com sinceridade, descansando em sua graça que nos foi
concedida na cruz ao invés de buscar através da religiosidade conquistar coisas
temporais de Deus. Para que assim possamos impactar a vida das pessoas que
vivem conosco, sendo verdadeiras testemunhas do Senhor. Que a cada dia tenhamos
fome e sede da presença de Deus, tendo uma vida de oração, entregando tudo nas
mãos de Deus, na certeza que nada é impossível para Deus e, assim servirmos a
Deus com humildade, amor e obediência.
Somente a glória de Deus.
Amém.
Eli Vieira – Pastor efetivo da
Igreja Presbiteriana Semear de Itabuna-BA.

Notas bibliográficas:
1-Bibliografia: M'Cheyne, The Believer's
Joy; A. A. Bonar, Memoir and Remains of the Rev. Robert Murray
M'Cheyne; Sermons of Robert Murray M'Cheyne. https://www.monergismo.com/textos/biografias/robert_murray_kelly.htm
 2-Daniel: Um Homem Fiel – site Agreste Presbiteriano,
24 de agos. de 2020, disponível em: https://agrestepresbiteriano.com.br/daniel-um-homem-fiel/
3- 3 atitudes do homem e da mulher de Deus – site IBVG,
disponível em:  http://iebvg.org.br/?sermons=3-atitudes-do-homem-e-da-mulher-de-deus Acessado
em 22 de maio de 2023. c2023 s.d.
4- Fox, John – O LIVRO DOS MÁRTIRES, Rio de Janeiro RJ,
Brasil – CPAD 6ª 2004
5- L. González, Justo – Até aos Confins da Terra: Uma
História Ilustrada do Cristianismo, vol. 1 A Era dos Mártires, São Paulo, SP –
Ed. Vida Nova, 1989
6- Bíblia de Estudo NAA, Barueri, SP- Sociedade Bíblica do
Brasil, 2018
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Tags: homem eliseu

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