Categoria: Artigos
Data: 28/11/2023

1 Ts 1 :1 -1 0



Você certamente já ouviu algum
pastor dizer:



- Se você encontrar uma igreja
perfeita, não se torne membro dela, pois, se o fizer, ela deixará de ser
perfeita!



Uma vez que as congregações
locais são constituídas de seres humanos, salvos pela graça de Deus, nenhuma
igreja é perfeita. Mas algumas se encontram mais próximas do ideal do Novo
Testamento do que outras. A igreja de Tessalônica encaixava-se nessa categoria.
Em pelo menos três ocasiões nesta epístola, Paulo dá graças pela igreja e pela
maneira como ela respondeu a seu ministério (1 Ts 1:2; 2:13; 3:9). Nem todo
pastor pode ser tão grato.



Que características tornavam
esta igreja próxima do ideal e um motivo de alegria para o coração de Paulo?



1. UM POVO ELEITO (1 Ts 1:1-4)



O termo "igreja", em
1 Tessalonicenses 1:1, significa "um povo chamado para fora". Todos
os chamados sobre os quais lemos na Bí­blia indicam eleição divina: Deus chama
um povo, separando-o deste mundo e para si (At 15:13-18). Sete vezes em João
17, Jesus refere-se aos cristãos como os que o Pai lhe deu (Jo 17:2, 6, 9, 11,
12, 24). Paulo declara sua certeza de que os tessalonicenses haviam sido
escolhidos por Deus (1 Ts 1:4).



 Observemos alguns fatos evidentes acerca da
eleição divina.



A salvação começa com
Deus.
"Porque Deus vos escolheu desde o princípio para a
salvação" (2 Ts 2:13). "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros" (Jo 15:16). "Assim como nos
escolheu nele antes da fundação do mundo" (Ef 1:4). Todo o plano da
salvação nasceu no coração de Deus muito antes de o homem ser criado ou de o
universo ser formado.



A salvação envolve o
amor de Deus.
Paulo afirma que os santos são irmãos amados
(ver 1 Ts 2:17), não só pelo apóstolo, mas também por Deus. Foi o amor de Deus
que tornou possível o Calvário em que Jesus Cristo morreu por causa de nossos
pecados (Rm 5:8). Mas não é o amor de Deus que salva o pecador, e sim sua
graça. Em sua graça, ele nos dá aquilo que não merecemos e, em sua
misericórdia, deixa de nos dar o que merecemos. Isso explica por que Paulo
costumava com eçar suas cartas dizendo: "em Deus Pai e no Senhor Jesus
Cristo, gra­ ça e paz a vós outros" (1 Ts 1:1).



A salvação envolve fé. "Porque
pela gra­ça sois salvos, mediante a fé" (Ef 2:8). Paulo, Silas (cujo nome
é escrito aqui na forma romana) e Timóteo levaram o evangelho a Tessalônica e
pregaram no poder de Deus (1 Ts 1:5). Alguns dos que ouviram a mensagem creram,
deixaram a idolatria e se voltaram para o verdadeiro Deus vivo (1 Ts 1:9). O
Espírito de Deus usou a Palavra de Deus para gerar fé (Rm 10:1 7). Paulo chama
isso de "santificação do Espírito e fé na verdade" (2 Ts 2:13).



A salvação envolve a
Trindade.
Ao ler esta carta, deparamo-nos com a doutrina
da Trindade. Os cristãos crêem em um Deus que existe na forma de três Pessoas:
Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. É importante ter em mente que
essas três Pessoas participam da salvação. Isso nos ajuda a escapar dos
extremos perigosos que negam a responsabilidade humana ou minimizam a soberania
divina, pois a Bíblia ensina ambas as coisas.



A salvação transforma a vida. Como
Paulo sabia que esses tessalonicenses eram eleitos de Deus? Por meio da mudança
que observou na vida deles. Ao comparar 1 Tessalonicenses 1:3 com 1
Tessalonicenses 1:9, 10, verifica-se:



A operosidade da vossa fé. /
Deixando os ídolos, vos convertestes a Deus.



A abnegação do vosso amor. /
Para servirdes o Deus vivo e verdadeiro. A firmeza da vossa esperança. / Para
aguardardes do céu o seu Filho.



Quem afirma ser um dos eleitos
de Deus, mas cuja vida não mudou, está apenas enganando a si mesmo. Deus
transforma seus escolhidos. Isso não significa que somos perfeitos, mas sim que
possuímos uma nova vida que não pode ser escondida.



Outra evidência da salvação é
o amor.
"porque o amor de Deus é derramado em nosso coração
pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Rm 5:5). Somos "por Deus
instruídos que [devemos amar] uns aos outros" (1 Ts 4:9). Servimos a
Cristo porque o amamos, e essa é a "abnegação do vosso amor" à qual
Paulo se refere. "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (Jo
14:15).



A terceira evidência da
salvação é a esperança com
a qual se aguarda pela volta de Jesus
Cristo (1 Ts 1:10). A volta de Jesus Cristo é o tema central das epístolas aos
tessalonicenses. Os não salvos não aguardam com grande expectativa a volta do
Senhor. Quando o Senhor arrebatar sua Igreja nos ares, os incrédulos ficarão
surpresos (1 Ts 5:1-11).



A fé, a esperança e o amor são
evidências da eleição. Essas qualidades espirituais estão ligadas entre si e só
podem vir de Deus. Para mais exemplos, ver as seguintes passagens: 1 Coríntios
13:13; Romanos 5:1-5; Gálatas 5:5, 6; Colossenses 1:4, 5; Hebreus 6:10-12;
10:22-24; 1 Pedro 1:21, 22.



Uma igreja local deve ser
constituída de eleitos salvos pela graça de Deus. Um dos problemas das igrejas
de hoje é a presença em seu meio de não salvos, cujos nomes encontram-se
registrados no rol de membros, mas não no Livro da Vida do Cordeiro. Todo membro
da igreja deve examinar seu cora­ção e se certificar de que é, verdadeiramente,
nascido de novo e faz parte dos eleitos de Deus.



2. UM POVO EXEMPLAR (1 Ts
1:5-7) Desde o início desta igreja, Paulo a contemplou com alegria e gratidão,
como cristãos dignos deste nome. São exemplares em diversas áreas de sua vida.



Receberam a Palavra (v. 5). O
evangelho chegou até eles pelo ministério de Paulo e de seus colaboradores.
Muitos pregadores e filósofos itinerantes daquela época só estavam interessados
em ganhar dinheiro à custa de pessoas ignorantes.



 Apesar das perseguições em Filipos, Paulo e
Silas tiveram "ousada confiança em nosso Deus, para [...] anunciar o
evangelho" (1 Ts 2:2); e o povo creu e foi salvo. Em momento algum
perderam o anseio pela Palavra de Deus (1 Ts 2:13).



Seguiram seus líderes
espirituais (v. 6a).
O termo "imitadores" indica que
esses recém-convertidos não apenas aceitaram a mensagem e os mensageiros, mas
também imitaram a vida deles. Em decorrência disso, foram terrivelmente
perseguidos. Não basta aos cristãos maduros ganhar almas para Cristo; também
devem cuidar dessas almas e incentivar os recém-convertidos a obedecer à
Palavra de Deus.



Sofreram por Cristo (v.
6b).
Ao deixar os ídolos para servir a Deus, esses cristãos
provocaram a ira de amigos e parentes e sofreram perseguições. Sem dúvida,
alguns perderam o emprego por causa de sua nova fé. Assim como os judeus
incrédulos perseguiram os cristãos na Judéia, também os gentios incrédulos
perseguiram os cristãos tessalonicenses (1 Ts 2:14-16). A fé é sempre provada,
e a perseguição é uma das formas de testá-la (M t 13:21; 2 Tm 3:12).



Encorajaram outras
igrejas (v. 7).
Os cristãos podem ser motivo de ânimo ou de
desânimo a outros. Esse princípio também se aplica às igrejas. Paulo usou as
igrejas da Macedônia como estímulo para a igreja de Corinto contribuir com a
oferta missionária (2 Co 8:1-8). Apesar de serem novos na fé, os
tessalonicenses deram um bom exemplo que serviu de encorajamento para as
congregações a seu redor. As igrejas não devem competir entre si de maneira
mundana, mas 
podem "[estimular] ao
amor e às boas obras" (Hb 10:24).



A igreja de Tessalônica
mostrou-se exemplar em todos os sentidos. Seu segredo era sua fé, esperança e
amor, os três elementos espirituais que motivam a vida cristã.



3. UM POVO ENTUSIASMA DO
(TESTEMUNHAVA)(
1 Ts 1:8) A "operosidade da [sua] fé, e
abnegação do [seu] amor" expressavam-se em seu testemunho do evangelho a
outros. Eram tanto "receptores" (a Palavra chegou até eles; 1 Ts 1:5)
quanto "transmissores" (a palavra repercutiu deles; 1 Ts 1:8). Todo
cristão em toda congregação local deve receber e transmitir a Palavra de Deus.



O verbo "repercutir"
significa "soar como uma trombeta". Mas os tessalonicenses não
estavam se vangloriando, tocando trombetas diante de si como faziam os fariseus
(M t 6:1-4). Antes, anunciavam as boas-novas da salvação, e sua mensagem tinha
um som claro e certo (1 Co 14:8). Em todo lugar por onde Paulo passava, ouvia
as pessoas comentarem sobre a fé dos cristãos de Tessalônica.



É responsabilidade e
privilégio da igreja local levar a mensagem da salvação ao mundo perdido. No
final de cada um dos quatro Evangelhos e no começo do Livro de Atos,
encontra-se uma comissão que deve ser obedecida pelas igrejas (M t 28:18-20; M
c 16:15, 16; Lc 24:46-49; Jo 20:21; At 1:8).



Mas a eleição e o evangelismo
andam juntos
. Quem diz: "Deus não precisa de minha
ajuda para salvar os que ele escolheu" não entende o que é eleição nem o
que é evangelismo. Na Bíblia, a eleição sempre envolve responsabilidade. Deus
escolheu o povo de Israel e fez dele uma nação eleita para que testemunhasse
aos gentios.



Da mesma forma, Deus escolheu
a Igreja para testemunhar hoje. O fato de sermos o povo eleito de Deus não nos
exime da responsabilidade de evangelizar. Pelo contrário, a doutrina da eleição
é um dos maiores estí­ mulos ao evangelismo.



Hoje, é necessário haver mais
igrejas com pessoas cheias de entusiasmo para compartilhar a mensagem da
salvação. Enquanto escrevo
, 2,4 bilhões de pessoas não têm qualquer
testemunho visível do evangelho nem qualquer igreja em seu meio. Apesar da
expansão dos programas de rá­dio e de televisão bem como dos textos impressos,
estamos perdendo território no trabalho de alcançar os perdidos. Você é um
cristão entusiasmado? Sua igreja testemunha com entusiasmo?



4. UM POVO ESPERANÇOSO (1 Ts
1:9,10)



A operosidade de sua fé
tornava-os um povo eleito, pois deixaram seus ídolos, voltaramse para Deus e
creram em Jesus Cristo. A abnegação de seu amor tornava-os um povo exemplar e
entusiasmado, que colocava em prática a Palavra de Deus e compartilhava o evangelho.
A firmeza de sua esperança fazia deles um povo esperançoso, que aguardava a
volta do Senhor.



Enquanto adoravam ídolos, os
tessalonicenses não tinham esperança alguma. Mas depois que creram no
"Deus vivo", passaram a ter uma "viva esperança" (ver 1 Pe
1:2, 3). Os que foram criados dentro da doutrina cristã não conseguem entender
a escravidão da idolatria pagã. Antes de Paulo chegar até eles com o evangelho,
eram pessoas sem esperança "e sem Deus no mundo" (Ef 2:12). No Salmo
115, encontra-se uma descrição clara da vida de idolatria.



Os cristãos são "filhos
do Deus vivo" (Rm 9:26). Seu corpo é "santuário do Deus vivente"
(2 Co 6:16), habitado pelo "Espírito do Deus vivente" (2 Co 3:3). A
Igreja é "a igreja do Deus vivo" (1 Tm 3:15); e Deus está preparando
para ela a "cidade do Deus vivo" (Hb 12:22). O Deus vivo nos deu uma
esperança viva ao ressuscitar seu Filho Jesus Cristo dentre os mortos.



Aguardar envolve atividade e
perseverança. Alguns dos cristãos tessalonicenses pararam de trabalhar e se
tornaram fofoqueiros desocupados, alegando que o Senhor estava preste a voltar.
Mas, se cremos, de fato, que o Senhor está voltando, provaremos nossa fé
mantendo-nos ocupados e obedecendo à Palavra de Deus. A parábola dos talentos
que Jesus contou (Lc 19:11-27) ensina que devemos nos manter ocupados (nesse
caso, "negociar", investindo o dinheiro) até sua volta.



Os cristãos aguardam a volta
de Jesus Cristo, e ele pode voltar a qualquer momento. Não esperamos
"sinais", mas sim o Salvador. Aguardamos a redenção do corpo (Rm
8:23-25) e a esperança da justiça (Cl 5:5). Quando Jesus Cristo voltar,
receberemos um novo corpo (Fp 3:20, 21) e seremos como ele (1 Jo 3:1,2). Ele
nos levará ao lar que preparou (Jo 14:1-6) e nos recompensará pelos serviços
que prestamos em seu nome (Rm 14:10-12).



Uma igreja local que vive, de
fato, a expectativa de ver Jesus Cristo a qualquer momento é um grupo vibrante
e vitorioso. Esperar a volta de Cristo é uma grande motivação para ganhar almas
(1 Ts 2:19,


Tags: igreja perfil

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